A EDUCAÇÃO E AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS.
Por  Avanir Mastey
Mestre em Educação pela UFPR e professor de Filosofia.

Se aproxima o segundo turno das  eleições presidenciais e nós educadores temos e devemos  ter, um papel fundamental para fazer a melhor escolha para a educação pública do Brasil.  Muitos dizem que a educação e os professores  devem ser   “neutros”, entretanto esses mesmo não investem em educação e em condições de trabalho e ainda culpabilizam os professores por qualquer fracasso na educação.  Portanto, nós educadores  cansamos disso e cada vez mais assumimos o papel de cidadãos,  participando ativamente dos rumos práticos e teóricos da sociedade como faziam os cidadãos dapolis grega no auge daquela democracia. E agora, queremos ensinar e mostrar aos nossos estudantes que é possível participar dos rumos da sociedade e principalmente que é possível melhora-la com mais justiça, distribuição de renda, condições de trabalho, isto é, uma vida melhor para todos.  
Diante disso, cabe-nos a responsabilidade e o compromisso de mostrar aos nossos estudantes e eleitores  que estamos frente a dois projetos de país para o Brasil.  O primeiro projeto, representado pela candidata Dilma Rousseff,  apresenta o Estado como fomentador do desenvolvimento, investidor em educação pública e serviços sociais, trazendo melhoria significativa para as condições econômicas, sociais e educacionais do país.  E o segundo projeto, representado pelo candidato  José Serra, que significa a defesa de um Estado Mínimo, que privatiza, “enxuga a máquina”, desresponsabiliza o Estado das suas funções sociais e educacionais, jogando a responsabilidade para o indivíduo liberal, sem garantias mínimas das condições de sobrevivência ou a para responsabilidade social de empresas ou terceiros.
Com base na compreensão dos projetos que fundamentam, na teoria e na prática, as duas candidaturas, é possível compreender porque no governo Lula ampliou-se o investimento em educação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para a educação básica. Em 2001, com FHC, eram de 5,5 bilhões e em 2010  são orçados em 15,5 bilhões.  Também podemos compreender  por que o Dr. e  professor FHC, criou apenas uma universidade pública em Tocantins, enquanto um torneiro mecânico criou 14 universidades públicas com 117 campos. Considerando  a que está em construção, serão 15 universidades e 134 campos. Este mesmo torneiro mecânico, com o seu plano de governo, ampliou as vagas nas universidades públicas de 113,9 mil para 222,4 mil e no  Programa Universidade para Todos PROUNI foram criadas 704.637 bolsas para  jovens com renda percapita familiar de até três salários mínimos.  Enquanto no período do FHC  foi proibido a construção de novas escolas técnicas por iniciativa da União já, no governo Lula foram criadas 214  novas escolas com 500 mil matrículas.
O plano de governo do  PSDB acredita, através dos seus teóricos Liberais como Adan Smith, David Ricardo e os Neoliberais; Nilton Fridman, Hayeck, Francis Fukuyama, que o Estado precisa ser reduzido, diminuindo a quantidade e as condições de trabalho dos servidores públicos. E ainda, o Estado não precisa interferir na economia: tudo deve ser solto para a competição capitalista “selvagem” e quem perder deve “morrer”, sem incomodar o Estado, que vai deixando de existir e vira cada vez mais um instrumento para simplesmente organização dos interesses apenas dos grandes especuladores financeiros.  Porém, a última crise econômica demonstrou a falência do projeto Neoliberal, quando os Estados tiveram que interferir duramente na economia estatizando empresas e salvando especuladores  ( a GM, por exemplo, foi estatizada pela Tesouro dos EUA).  É importante lembrar que as economias dos países que mais crescem no mundo não são neoliberais.
Já o projeto representado por Dilma Rousseff, se fundamenta em vários teóricos marxistas e neomarxistas,  como  Keynes, Florestan Fernandes, Paulo Freire,  bem como no debate com os movimentos sociais, sindicais e populares,  buscando construir uma nação com melhor qualidade de  vida  para os grupos mais excluídos.  Isso via a ação efetiva do Estado.
Portanto, nossa responsabilidade, enquanto professor(a), educador(a), sindicalista, é com a verdade. A leitura e interpretação dos fatos, e  o acompanhamento cotidiano das ações políticas e dos planos de governo, é fundamental para construirmos condições (formação, salário, estruturas materiais adequadas e etc.) para  uma educação pública de qualidade e  para todos(as).
Como diz a sabedoria popular “Os governos que melhorarem a educação pública, aplaudiremos e os que prejudicarem, receberão as nossas vaias”.  E assim sendo e parafraseando Paulo Freire construiremos uma sociedade em que seja menos difícil amar.


 
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